Nesta segunda-feira, começou o velório de Pelé na Vila Belmiro. Grandes amigos do Rei do Futebol compareceram ao estádio do Peixe para se despedir do craque.
Na chegada à casa alvinegra, alguns nomes históricos do Alvinegro Praiano falaram com a imprensa e relembraram momentos marcantes com Edson Arantes do Nascimento, que morreu na última quinta-feira.
Parceiro de Pelé no Santos e na Seleção Brasileira, Lima exaltou a qualidade do ídolo santista e destacou o quanto ele era venerado até mesmo por rivais.
“Eu fiquei 11 anos, durante todas as viagens da Seleção Brasileira e do Santos, dividindo o quarto com ele. E nós trocávamos muita ideia, porque era absurdo a forma que veneravam ele. Não que ele não merecesse, merecia até mais pelo que ele fazia, mas nos pegou de surpresa, e pegou ele também”, disse o ex-jogador de 80 anos.
“O que chamava atenção era o poder de decisão que ele tinha. Ele podia até estar marcado por dois ou três adversários. A gente brincava, se tem dois ou três marcando ele, tem dois ou três sobrando. Alguns pegavam ele, principalmente os uruguaios e argentinos. Mas o mais bacana é que mais tarde, os uruguaios e argentinos, que foram os que mais sofreram com ele, foram se render. Igual a ele não vai ter, eu duvido que apareça. Mesmo você treinando todos os dias, fazendo as mesmas coisas. Ele é ele e acabou”, ampliou.
O ex-volante Clodoaldo, por sua vez, tentou explicar o tamanho de Pelé para as pessoas que não conseguiram o acompanhar nos gramados mundo a fora.
“Nós que acompanhamos futebol, sabemos que existe um dúvida em relação aos mais jovens que não puderam ver o Pelé jogar. Sempre tem alguém que pergunta: ‘O Pelé era tudo isso mesmo?’ Se você juntar um pedacinho de todos os grandes craques que existem no futebol mundial hoje, talvez eles consigam chegar no nível do Pelé. Só assim para explicar para os mais jovens que tenham alguma dúvida da capacidade técnica e e física dele. É insuperável”, contou.
“É difícil descrever todos os momentos que a gente estava junto. Nós estávamos sempre juntos. Depois do futebol, nossa relação como amigos continuou, não parou. Depois que largou o futebol ele veio ser diretor aqui no Santos, nos ajudou muito, sem nenhum interesse em lucro. Esse era o Pelé. Um cara que vai deixar muita saudades”, acrescentou.
Multicampeão com o Santos, Clodoaldo ainda revelou que esteve com o ex-camisa 10 recentemente em um restaurante.
“Eu estive com o Pelé num restaurante recentemente. Ele ainda estava conseguindo andar, com dificuldades, mas estava. Estive com ele no Museu Pelé também. Ele estava muito bem, e tivemos aquele papo de sempre, relembrando os bons tempos. A gente guarda muitas lembranças”, finalizou.
Grande amigo de Pelé, Manoel Maria também compareceu à Vila Belmiro e salientou a eternidade do tricampeão mundial.
“Ele não vai morrer dentro de mim. O Pelé é eterno, mas o Edson vai ficar sempre aqui comigo. É uma questão de gratidão. Fico até emocionado e me fogem até as palavras. Eu estou muito abalado com tudo isso. Não tendo dormido direito”, disse.
Mesmo quem não teve a oportunidade de jogar com Pelé aproveitou para exaltá-lo. Autor de 99 gols pelo Santos, Serginho Chulapa falou sobre a sua boa relação com o ex-jogador e citou o legado que ele deixa para o mundo.
“Eu tive a felicidade de ter uma aproximação maior dele (Pelé). Como ele viajava muito, não tinha muito contato. Mas todas as vezes que tive fui muito bem recebido. Um cara privilegiado em todos os sentidos. Vamos rezar por ele, um sentimento enorme. Não é qualquer um, não. Fica a tristeza, mas ao mesmo tempo vai estar com Deus. Cumpriu a missão dele aqui na terra, isso é o que importa. Levou o nome do Brasil e do Santos para o mundo todo”, comentou.
“O legado todo mundo sabe. Deixou a arte dele, que foi o mais importante. Tudo o que ele fez foi um absurdo, como pessoa e como jogador”, completou.
O velório de Pelé começou às 10 horas (de Brasília) e segue até às 10 horas de terça-feira, quando será realizado um cortejo pelas rodas da cidade de Santos antes do sepultamento.
Maior ídolo da história do Santos, Pelé morreu no dia 29 de dezembro de 2022, aos 82 anos, após complicações de um câncer no cólon. O ex-jogador lutava contra o tumor desde setembro de 2021, quando passou por uma cirurgia para sua retirada e estava se tratando no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O Rei vestiu a camisa do Peixe por 18 anos. Foram 1116 apresentações com 1091 gols marcados. Ao longo de toda carreira, foram 1365 partidas e 1282 bolas na rede.
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