Tem uma penca de ministros assumindo cargo em Brasília. Todos falando do que pretendem fazer. Parece tudo muito óbvio.
O novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falou da reforma da legislação trabalhista. O da Previdência Social, Carlos Lupi, falou, claro, de reforma da previdência. O da Fazenda, Fernando Haddad, de reforma tributária. Parece óbvio mas não é.
Qualquer mexida nessas três áreas –para ficar apenas nesses exemplos– requer uma bem articulada negociação na Câmara dos Deputados e no Senado.
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No papel, Lula tem uma nutrida base governista. Mas ele pode contar, digamos, com votos “de esquerda”, “de centro” ou de “direita”, dependendo da matéria?
O Congresso que assume agora no começo de fevereiro não é muito diferente do Congresso que está terminando a legislatura. Com uma composição ainda mais acentuada daquilo que se convenciona chamar de centro-direita.
Eu digo “se convenciona chamar” pois esquerda, direita ou centro no Brasil são denominações de difícil aplicação na realidade da votação, sobretudo no Congresso. No qual interesses patrimonialistas, ou seja, interesses privados, corporativistas, setoriais, regionais costumam triunfar sobre plataformas puramente político-ideológicas.
A bancada que se pode chamar de esquerda é a menor dos últimos 20 anos. A maior da legislatura que começa é a do partido pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro concorreu e perdeu as eleições. Ele foi eleito pelo extinto PSL, que, após fusão com o DEM, passou a se chamar União Brasil.
Dá para se prever como serão as votações no Congresso?
Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: Dá para se prever como serão as votações no Congresso? no site CNN Brasil.